ADALBERTO MÜLLER JÚNIOR
( BRASIL – PARANÁ )
Graduado em Letras e Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília.
Doutorado em Letras (Francês) pela Universidade de São Paulo-FFLCH-DLM (2002) e Pós-Doutorado (PDE-CNPq) na Universidade de Münster (WWU, Institut für Kommunikationswissenschaft, supervisão de Siegfried J. Schmidt) e Pós-Doutorado Sênior (CAPES) na Yale University, Film Studies Program, sob supervisão de Dudley Andrew. Professor de Teoria da Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF) desde 2009 e ex-Professor de Literatura Francesa na Universidade de Brasília (UnB) de 2003-2009.
Foi Bolsista de Produtividade 2A do CNPq de 2009 a 2016, e bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ (2012-2016), com pesquisas sobre Orson Welles, publicadas em ORSON WELLES: BANDA DE UM HOMEM SÓ (Azougue, 2015). Publicou recentemente o 1o. volume da POESIA COMPLETA DE EMILY DICKINSON (Editora da UnB/Editora Unicamp, 2020, 2021, 2. vol).
Publicou ainda, com Márcio Seligmann-Silva, uma edição crítica/tradução das teses de Walter Benjamin (Sobre o conceito de História, Ed. Alameda, 2020), além dos livros de contos O TRAÇO DO CALÍGRAFO (Ed. Medusa, 2020) e PEQUENA FILOSOFIA DO VOO (ed. 7Letras, 2021).
Publicou diversos livros de ensaios e poesia, além de traduções de Francis Ponge, de e.e.cummings e de Paul Celan.
Escreveu e dirigiu o curta-metragem 35mm WENCESLAU E A ÁRVORE DO GRAMOFONE, baseado na obra de Manoel de Barros.
Atua nas área de Letras, com ênfase em Tradução e Criação Literária. Em 2018 foi Visiting Scholar na University at Buffalo (SUNY), no Department of English, a convite de Cristanne Miller.
Atualmente dedica-se à tradução e à escrita literária, e à pesquisa e tradução em línguas do tronco tupi (guarani, mbyá, kaiowá).Informações coletadas do Lattes em 13/01/2022
DIMENSÃO – REVISTA INTERNACIONAL DE POESIA. ANO XX – No. 30. Editor Bilharino. Capa; Visual de Gabrile -Alfo Bertozzi. Uberaba, Minas Gerais, Brasil: 2000. 200 p. No. 10 787 Uberaba, MG – Brasil. Capa: Visual de Gabriele-Aldo Bertozzi. Editor: Guido Bilharino 200 p. Ex. biblioteca de Antonio Miranda
caracol e a pedra
A João Cabral de Melo Neto
A pedra sabe
do caracol:
o imover-se
de sua concha,
o espiralar-se
de seu silêncio.
O caracol copia da pedra:
o estilo franco
de quem conversa
com seus escuros;
o estertor de tumores íntimos.
A pedra aprende
do caracol:
o deslizar
das mãos do tempo,
o recolher-se
em espaço íntimos.
O caracol imita da pedra:
a contenção
de músculos tensos;
ou: como dar atenção
aos seus limites.
O caracol e a pedra
se conhecem:
na morte lenta dos tecidos,
no desgastar-se
pouco a pouco.
O caracol e a pedra
se reconhecem:
na forma de empedernir-se,
de túmulo.
MANHÃ DE OUTUBRO
É raro poder formular o azul
desta manhã
flui o espaço por onde deambulo
tela todoaberta de cinema
luz
agasalhando o curso
livre
do olhar que se move
Aqui porém
não foi sequer pressentido
o azul
só palavras
um sopro de tintas negras
sobre brancas
folhas
*
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Página publicada em abril de 2024
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